Estamos vivendo um tempo em que as
pessoas acham que tem a obrigação de alcançar todas as metas previamente
estabelecidas para suas vidas e também atender as expectativas alheias seja dos
pais ou da sociedade e quando não conseguem alcança-las se sentem desanimadas e
frustradas. É em meio a tantas cobranças que nossa juventude tem vivido. Sem
saber o que fazer ou como fazer pra atender a tantas exigências que são
impostas todos os dias. Os jovens seguem
desorientados e em uma vida vazia. Muitos
até que tentam preencher este vazio, mas isso tem se tornado uma busca sem sucesso,
pois as coisas oferecidas pelo mundo não tem suprido a necessidade que cada um
tem de fazer uma experiência profunda e verdadeira completamente diferente das
já vividas, uma experiência com Deus.
Assim como
basta apertar um botão para ligar ou desligar a TV, abrir ou fechar o carro ou enviar
mensagens “on line” para pessoas do
outro lado do mundo. Nós também estamos criando o dispositivo do “automático”
para as coisas de Deus, e como resultado de tanto automatismo estamos também
nos tornando “máquinas”. Uma vez por
semana saímos de nossas casas e vamos à igreja a fim de participar da missa,
chegamos lá e fazemos nossas orações, e depois simplesmente voltamos para o
conforto de nossas casas para as nossas atividades do dia a dia e novamente ao vazio
de uma vida onde tudo se tornou “automático”.
Porém, não é tempo de desespero, é
tempo de Graça. É tempo de reconstruirmos os nossos sonhos. É tempo de conhecermos os nossos anseios
verdadeiros já que a muito tempo temos nos sufocado diante da nossa necessidade
de Deus, e tentado suprir esta necessidade com coisas que só fazem nos deixar
mais vazios e mais sedentos. Não é justo que a nossa juventude viva esta
vontade de encontro com o desconhecido, quando na verdade o encontro que eles
mais necessitam é do encontro verdadeiro com Deus. Um Deus que se deixa
alcançar.
Precisamos desatar os laços que nos
prendem ao convencional, sair deste modismo que diz que jovem descolado não vai
a missa, que jovem quer saber só “curtir”, que rezar é coisa de velho sem nada
pra fazer... Precisamos aprender a estar no mundo sem ser do mundo, aprender
que temos toda a liberdade de sair e nos divertimos de forma que não agrida a
nossa pessoa. Acima de tudo, nós jovens precisamos ser reflexo de Deus,
precisamos mostrar onde estivermos que ser de Deus não cansa, que se preencher
com Deus é se preencher por completo.
Flávia Moreira
Membro do Grupo Semear